segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PAPA FRANCISCO: DEVEMOS APOIÁ-LO FIRMEMENTE.

Pontífice pediu que os cardeais façam exame de consciência. Mensagem serve para todos nós.

Da France Presse

Fonte GLOBO NEWS

O papa Francisco surpreendeu a todos nesta segunda-feira (22) com uma mensagem de Natal na qual pediu que os cardeais façam um exame de consciência ante o que chamou de "alzheimer espiritual", entre outras doenças que relacionou e que disse afetarem a Cúria.
Em seu discurso anual de uma severidade sem precedentes, o Papa falou aos membros do governo da Igreja contra as rivalidades, as calúnias e as intrigas dentro da Cúria.
O Papa afirmou que, "como qualquer corpo humano", a Cúria sofre de "infidelidades ao Evangelho" e de "doenças que precisa aprender a curar".
O Papa citou 15 doenças, usando expressões fortes como, além de "alzheimer espiritual", "terrorismo do falatório", "esquizofrenia existencial", "exibicionismo mundano", "narcisismo falso" e "rivalidades pela glória".
Através de expressões fortes, que geraram um certo desconcerto entre os cardeais e altos funcionários da Santa Sé, o Papa analisou o que chamou de patologia do maquinário central da Igreja católica, e pediu reflexão, penitência e confissão por ocasião do período natalino.
Papa Francisco fez tradicional discurso de Natal nesta segunda-feira (22) (Foto: ANDREAS SOLARO / AFP)Papa Francisco fez tradicional discurso de Natal
nesta segunda-feira (22)
(Foto: ANDREAS SOLARO / AFP)
A primeira doença a que se referiu foi a de "sentir-se imortal e insubstituível", sem defeitos, privado de autocrítica, que não se atualiza nem tenta melhorar.
"É preciso visitar os cemitérios para ver os nomes de tantas pessoas que se consideravam imunes e indispensáveis", alfinetou.
A segunda doença citada foi o "excesso de atividade", de trabalho, e convidou a Cúria a respeitar as férias e a dedicar momentos de descanso com a família, algo que ele pessoalmente não segue.
A terceira doença que atinge os membros da Igreja é "a petrificação mental e espiritual", seguida do "excesso de planejamento e funcionalismo", "má coordenação" e o que chamou de "Alzheimer espiritual", ou seja, o esquecimento do fervor da fé inicial.
Outra grave patologia é a da "rivalidade e vanglória", o viver no mundo das aparências.
Na lista, o pontífice inclui a "esquizofrenia existencial" de quem esquece que está a serviço das pessoas, de quem apenas se limita a realizar trâmites burocráticos, dos que somente dependem de suas próprias paixões, caprichos e manias e 'constroem a seu redor muros e costumes'.
"Sanar essa enfermidade tão grave é urgente e indispensável", afirmou.
Intrigas e fofocas
O tom foi ainda mais severo quando mencionou a doença das "fofocas e das intrigas", e pediu que todos se protejam desse tipo de terrorismo pelos danos que provoca.
Entre as doenças, incluiu a de "divinizar os chefes", o de ser "vítima do carreirismo e do oportunismo", de pensar "apenas no que pode obter e não no que pode oferecer".
Outra patologia é "a doença da indiferença para com os demais" e a da "cara fúnebre", já que acha que o religioso "deve ser uma pessoa amável, serena e entusiasmada". "Deve transmitir alegria", enfatizou.
"Como faz bem uma boa dose de humor!", acrescentou ainda.
Francisco, que rejeita toda e qualquer ostentação papal, inclui entre os males da Igreja atual os de "acumular bens materiais", de pertencer "a círculos fechados", assim como "ao mundano e o exibicionismo".
Respeitando o estilo singular de seu discurso, o Papa recordou que "os sacerdotes são como os aviões, são notícia apenas quando caem".
E concluiu com uma advertência: "Quanto mal pode causar a todo o corpo da Igreja um único sacerdote que cai", afirmou, aludindo indiretamente aos escândalos sexuais e financeiros, assim como o vazamento de notícias por parte de membros da Cúria, atos que marcaram o pontificado de seu antecessor, Bento XVI.
"A cura é o fruto da tomada de consciência da doença", concluiu o Papa, pedindo que os bispos e cardeais permitam que o Espírito Santo inspire suas ações, invés de confiar apenas em suas capacidades intelectuais.
Depois deste discurso, recebido como uma ducha fria, Francisco saudou um a um todos os cardeais, em um ambiente tenso, apesar das amabilidades de fachada.
"Ele não teve piedade ao dar o nome das doenças que percebe nos ambientes próximos a ele", comentou o vaticanista Gianni Valente.
"Rompeu com o estereótipo do 'papa latino-americano' que não conhece a complexidade da Cúria e a cultura europeia, críticas que provêm de seus detratores para neutralizá-lo", afirma Valente no Vatican Insider.
Francisco conduz desde sua eleição, em março de 2013, uma profunda reforma da Cúria, e topa com inúmeras oposições internas, causando muitas preocupações em certos meios.

PAPA FRANCISCO: 15 DOENÇAS QUE ACOMETEM A IGREJA.

Quinze doenças, nomeadas e explicadas uma a uma, diante de uma plateia formada pela alta cúpula do Vaticano, a chamada Cúria Romana. O papa Francisco aproveitou sua mensagem de Natal para transmitir um duro recado aos cardeais, seus mais próximos colaboradores e também possíveis (ou eventuais) rivais de seu projeto de transformação da Igreja Católica.
“Seria bonito pensar na Cúria Romana como um pequeno modelo da Igreja, como um corpo que cuida seriamente e cotidianamente de estar mais vivo, mais saudável, mais harmonioso e mais unido com Cristo”, disse Francisco. “Mas uma cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza, que não trata de melhorar sempre, é um corpo doente.”
Em seguida, o papa convidou os presentes a um exame de consciência, como preparação para a confissão antes do Natal, e listou as 15 “doenças e tentações” que acometem não apenas a Cúria, mas que “são naturalmente um perigo para cada cristão, cada cúria, comunidade, congregação, paróquia ou movimento religioso”.
Veja o catálogo de doenças de Francisco:
1. A doença de se sentir imortal ou indispensável
Acomete os que se sentem ”superiores a todos” e não ”a serviço de todos” . O papa recomendou uma visita a um cemitério para vermos os nomes de tantas pessoas que “talvez acreditassem que eram imortais, imunes ou indispensáveis”.
2. A doença do excesso de trabalho
Acomete os que “submergem no trabalho descuidando da melhor parte: sentar-se aos pés de Jesus”. O papa lembrou que Jesus “convidou seus discípulos a ‘descansarem um pouco’ porque descuidar do repouso leva ao estresse e à agitação".
3. A doença da fossilização mental e espiritual
Acomete os que se escondem atrás de pilhas de papel e se tornam “máquinas de práticas” em vez de homens de Deus. Ao fazer isso, perdem a capacidade de “chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram.”
4. A doença do excesso de planejamento
Segundo Francisco, planejar e se preparar para fazer as coisas é importante, mas “sem cair na tentação de impedir ou tentar dirigir a liberdade do Espírito Santo”.
5. A doença da má coordenação
Acomete os membros da Igreja que “perdem a comunhão uns com os outros” e se convertem em “uma orquestra que produz ruídos porque não vive o espírito de equipe”.
6. A doença de Alzheimer espiritual
Trata-se de uma “redução progressiva das faculdades espirituais” em consequência da “perda da memória” do encontro com o Senhor. O apóstolo ergue ao seu redor “muros e hábitos, quase sempre imaginários” e se torna dependente de suas paixões, caprichos e manias.
7. A doença da rivalidade e da vaidade
Quando a aparência se torna o primeiro objetivo da vida.
8. A doença da esquizofrenia existencial
Acomete os que “abandonam o serviço pastoral e se limitam às tarefas burocráticas, perdendo o contato com a realidade e as pessoas de verdade”.
9. A doença da fofoca
É a doença dos que, sem ter coragem de dizer as coisas abertamente, falam pelas costas das pessoas. Ao fazer isso, semeiam a discórdia, como Satanás.

10. A doença de divinizar os chefes
Acomete os que cortejam os superiores, são presos ao carreirismo e ao oportunismo e vivem a serviço daquilo que querem obter e não do que querem dar ao próximo.
11. A doença da indiferença com os outros
“Quando só pensamos em nós mesmos e perdemos a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando, por inveja ou astúcia, sentimos alegria em ver o outro cair em vez de ajudá-lo a se levantar.”
12. A doença da cara de enterro
Acomete as pessoas que consideram que, para ser comprometido e consistente, “é necessário encher o rosto de melancolia e de dureza, assim como tratar os outros com rigidez e arrogância”. Segundo Francisco, o apóstolo deve transmitir alegria: “Que bem nos faz uma boa dose de humor saudável.”
13. A doença da acumulação
Quando o apóstolo, para encher um vazio existencial em seu coração, só pensa em acumular bens materiais.
14. A doença dos círculos fechados
Quando fazer parte de uma panelinha se torna algo mais forte do que ser parte da Igreja como um todo e até mesmo ser um só com Cristo.

15. A doença do prazer mundano e do exibicionismo
Quando o apóstolo transforma seu serviço em poder para obter mais proveitos mundanos e acumular ainda mais poder. São pessoas capazes de caluniar, difamar e desacreditar os demais para se exibirem e se mostrarem mais capazes do que os demais.

  ROQUE LAUSCHNER.


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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

FREI ONÉSIMO DREYER




Um dos pioneiros entre os professores do Seminário. Mais de 40 anos ensinou Matemática, Física, Astronomia aos seminaristas. Por longos anos, na Direção do Seminário. Muitos ainda o tinham na imaginação na figura de Reitor... Doutorado em Física e Matemática, nos Estados Unidos. Homem circunspecto, de pouco fala, levemente tímido, sábio e metódico. 

De invejável didática: aulas sóbrias, práticas, claras e cheias de conteúdo. Visão pedagógica atualizada, aceso às Leis do Ensino, conduzia a Educação com espírito aberto. Homem de crítica construtiva. Sua experiência trazia segurança aos professores; quando se ia resolver alguma mudança no ensino, era sempre consultado. 

Como professor tinha o sábio costume: para cada aula, uma nova preparação. Não guardava a aula para usá-la depois; rasgava o papel e o jogava na caixa de lixo. Corria a fama entre seus alunos: No último dia de aula do ano, já começava ele preparar as aulas do ano seguinte. Homem de muita leitura, bons livros, sobretudo científicos. 

Não passava sem a revista americana Time, sua coqueluche. Muitos anos atuou na biblioteca dos frades e seminaristas. Passava horas e horas nesse reino e era muito atencioso.


Durante todos os anos de magistério, jamais deixou de atuar no apostolado: Desde os tempos de Rio Negro. Em Agudos, juntamente às Irmãs Franciscanas de Siessen: Convento, Colégio e Hospital. Lá da glória celeste, certamente, intercede agora pelo Seminário de Agudos. 

Deus lhe conceda a alegria de ler Time lá no céu! Na pessoa de Frei Onésimo, homenageamos antigos e dedicados professores: Frei Beraldo Fleddermann, professor de História Geral, renomado cronista da Casa. Homem organizado, metódico, de uma renomada didática. Deus lhe recompense! 

Lembramos ainda, com saudades, do fiel Secretário do Frei Onésimo, Sr. Darci Delazari, que por longos anos, lecionou Geografia, matemática, e atuou com prof. de Educação Física. Deus o tenha na glória eterna! Faço memória dos demais Irmãos, ainda vivos, e que serviram no Seminário Santo Antonio de Agudos - SP.

Fonte: http://www.seminario.org.br/

FREI LENCY F. SMANIOTTO


* 18/09/1937     + 04/07/2014



Autorretrato


Temperamento mesclando o sanguíneo e o colérico, com pinceladas de melancólico. De inteligência mediana, mas muito intuitivo, com capacidade de pressentir ou prever acontecimentos. Com certo veio poético e profético… De fácil convivência, aberto e afável, sobretudo atencioso com os pobres. Com um senso de justiça bem aguçado. 

O status quo me causa sérios conflitos e até um certo divisor de águas entre os que lutam a favor do Reino e os que lutam contra ele… 

De conversa amigável, misericordioso e de fácil perdão. Brincalhão, às vezes autossuficiente e teimoso, não chegando a ser cabeçudo. Insubordinado às injustiças, sobretudo às sociais, desportista, teatrólogo. Piedoso, de fé inabalável, de um amor apaixonado pelo povo, por causa do rosto desfigurado do Cristo, nele refletido. 

Sinto-me bastante limitado, faltando em mim muito para completar a Paixão do Cristo, que espero completar com a sua graça, pois assim como o maná sustentou o povo no deserto, assim me sustenta a Eucaristia ao longo da vida, até chegar o Reino definitivo. A Eucaristia é o ápice de minha fé e piedade, sem a qual a minha vida não teria o vigor para seguir a Cristo, caminho, verdade e vida, como São Francisco o fez.

Gosto de mim como sou, no esforço constante de superar os meus defeitos e limitações. Mas isto só é possível com a graça de Deus.



Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=63622#sthash.Z0HhCI5W.dpuf

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O BRASIL ESTREMECE DE VERGONHA E INDIGNAÇÃO




 Cesar Techio
Economista – Advogado

              A versatilidade de estilos, opções temáticas e comprometimento com princípios éticos, constitucionais e espírito patriótico por parte dos colunistas que amam o Brasil, prestigia o leitor na medida em que retira o clichê puramente informativo dos meios de comunicação e oferece a oportunidade para pensar, refletir, formar opinião e decidir o futuro. Como economista e advogado, poderia circunscrever minhas crônicas a conteúdos técnicos inerentes a minha área de atuação profissional. Mas temo que seja enfadonho ao leitor e, pior, não contribuiria de forma mais ampla para uma reflexão cívica sobre o destino a que, como povo, muitas vezes somos submetidos.  Nesta senda, os irracionais, dementes e assustadores escândalos que assolam o país, aliados aos graves problemas políticos e econômicos que revoltam os brasileiros, me deixam estupefato. Na mesma linha com que critiquei a diplomacia internacional do ex-presidente Lula, próxima a tiranos sanguinários e de governos antidemocráticos como o do Irã, Cuba, Venezuela, Bolívia, entre outros, buscarei, regularmente, a partir de 2015, analisar informações e fatos que estão fazendo o país estremecer de vergonha e indignação.
              A ideia de cerceamento da imprensa, chamada por alguns de “regulação da mídia”, com o claro objetivo de reduzir as grandes empresas jornalísticas do Brasil, me parece ser um dos maiores perigos para a democracia. Não podemos desconsiderar que o sucesso ao combate à corrupção e em especial a eliminação das ratazanas criminosas que infestam o meio político e a Administração Pública nacional, muito se deve a grande imprensa. Limitar a concentração dos meios de comunicação por um mesmo grupo econômico pode até ter matizes constitucionais (proibição de oligopólios ou monopólios). Mas isso me parece temeroso, uma vez que grupos fortes, independentes e livres de pressões políticas e ideológicas, num país de dimensões continentais como o nosso, são os únicos que possuem poder para cobrir todo o território nacional com informações investigativas e de qualidade.

               Assim funcionam as revistas Veja, Isto É, Época e jornais como o Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Gazeta do Povo, O Globo, Correio do Povo, Zero Hora e grandes canais de televisão e de rádio como os da Rede Bandeirantes, Globo, SBT, Record, muito odiados por políticos em geral e por setores da esquerda stalinista que, como Antonio Gramsci, sonham com a derrota do “Estado capitalista”. Enfim, chegamos ao final do ano com os nervos a flor da pele por conta de tanta denúncia de roubalheira, golpes contra o erário e empresas estatais, falcatruas na Administração Pública, com o envolvimento de partidos políticos e quadrilhas de especialistas em detonar o Brasil, afora a carestia da inflação que está matando o povo nos supermercados. Ao comprar o jornal a Folha de São Paulo, neste domingo, em Balneário Camboriú, perguntei a dona da banca se tinha alguma notícia boa. Ela me respondeu: “Só se mandarem prá cadeia todo o Congresso Nacional”


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

RESPOSTA AOS QUE ASSALTARAM A PETROBRÁS SERÁ FIRME


 “A opacidade, o fetiche do sigilo e a cultura da autoridade deram o tom e o traço das relações dos agentes públicos com a sociedade civil por muito tempo, talvez por tempo demais, neste país”





Rodrigo Janot (Sergio Lima/Folhapress/VEJA)


09/12/2014
 às 14:38

“Resposta aos que assaltaram a Petrobras será firme”, diz procurador-geral da República

Por Laryssa Borges,  na VEJA.com:No mais duro discurso desde que assumiu a chefia do Ministério Público Federal, em setembro de 2013, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criticou nesta terça-feira o aparelhamento da máquina estatal, apontou o combate à corrupção como prioridade e, diante do escândalo do petrolão, pediu a demissão da cúpula da Petrobras e a reformulação da estatal, como informou a coluna Radar, de Lauro Jardim. Ao participar da Conferência Internacional de Combate à Corrupção, Janot afirmou: “A resposta àqueles que assaltaram a Petrobras será firme, na Justiça brasileira e fora do país”.
“Urge um olhar detido sobre a Petrobras, em especial sobre os procedimentos de controle a que está submetida. Em se tratando de uma sociedade de economia mista, com a presença de capital majoritário da União – e, pois, do povo brasileiro – é necessário maior rigor e transparência na sua forma de atuar”, disse ele. “Esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente culpa, a eventual substituição de sua diretoria, e trabalho colaborativo com o Ministério Público e demais órgãos de controle”.
Janot prosseguiu: “O Brasil ainda é um país extremamente corrupto. Estamos abaixo da média global, rateando em posições que nos envergonham e nos afastam de índices toleráveis. Envergonha-nos estar onde estamos”, resumiu ele, que atribuiu o ranqueamento do país a “maus dirigentes, que se associam a maus empresários, em odiosas quadrilhas, montadas para pilhar continuamente as riquezas nacionais”.
Assim que tomou conhecimento dos processos relacionados à Operação Lava Jato da Polícia Federal, que resultou na prisão de executivos das maiores empreiteiras do país, Janot havia se espantado como o volume de dinheiro movimentado pelos criminosos – os policiais estimam que pelo menos 10 bilhões de reais tenham sido desviados em um mega esquema de lavagem de dinheiro e fraude em contratos e licitações. “O volume do dinheiro é enorme e as investigações procedem. Eu nunca vi tanto dinheiro na minha vida”, disse em julho, ainda antes da fase da Lava Jato que acertaria o coração das principais construtoras brasileiras.
Ao avaliar o escândalo do petróleo e os impactos na imagem da Petrobras – o escritório de advocacia americano Wolf Popper LLP processa a estatal brasileira por não revelar “a cultura de corrupção dentro da companhia” – Janot classificou com um “cenário tão desastroso” a gestão da companhia e que o esquema criminoso “produz chagas que corroem a probidade administrativa e as riquezas da nação”. Para ele, “a sociedade brasileira espera é a mais completa e profunda apuração dos ilícitos perpetrados, com a punição de todos, todos os envolvidos”.
Em tom duro, o procurador-geral lamentou a falta de regulamentação da Lei Anticorrupção, relembrou as recentes condenações no escândalo do mensalão e defendeu que corruptos e corruptores cumpram pena na cadeia e disse que o Poder Judiciário e o Congresso precisam ser “convencidos” de que a corrupção não é um crime menor, e sim “um perigo concreto, real e profundo”. “Precisamos, nos limites do Estado Democrático de Direito e do devido processo legal, afastá-los da sociedade, confiscar o produto do ilícito e tratá-los como os criminosos que são”. “O dano causado ao país é grave: serviços mal prestados e obras mal executadas não apenas sangram os cofres públicos com o ônus da reexecução, mas causam males muito tangíveis: a fiscalização desidiosa de hoje é a causa do acidente de amanhã; a obra mal executada de hoje também é a causa do desastre de amanhã. Corruptos e corruptores precisam conhecer o cárcere e precisam devolver os ganhos espúrios que engordaram suas contas, à custa da esqualidez do tesouro nacional e do bem-estar do povo. A corrupção também sangra e mata”, afirmou. “O país não tolera mais a corrupção e a desfaçatez de alguns maus agentes públicos e maus empresários”, disse.
Em seu discurso, Rodrigo Janot também fez um balanço das atividades do Ministério Público no combate à corrupção e avaliou que, ao longo dos anos, os órgãos de controle aprimoraram seu trabalho, dificultando parte da atuação de corruptos e corruptores. “Quem puder negar que hoje é muito mais difícil que há 25 anos corromper e corromper-se no Brasil atire a primeira pedra”, resumiu.
Ditadura
A uma plateia formada por ministros, procuradores e pelo chefe da pasta da Justiça, José Eduardo Cardozo, o procurador-geral atribuiu aos anos de ditadura militar a pouca cultura de transparência nas empresas. “A opacidade, o fetiche do sigilo e a cultura da autoridade deram o tom e o traço das relações dos agentes públicos com a sociedade civil por muito tempo, talvez por tempo demais, neste país”, comentou. 
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O QUE JESUS TEM CONTRA O DINHEIRO?

 Cesar Techio
Economista – Advogado

 
Não raras vezes me ocorre a figura do burro andando atrás de uma espiga de milho amarrada à sua frente. A ideia do dono é fazê-lo andar e transportar no lombo pesada carga para enriquecer à custa da ilusão do animal de que um dia alcançará o alimento.  Para muitas pessoas, certas religiões são como o milho e são buscadas por puro desejo de obter algo em troca, como prosperidade (dinheiro, bens materiais), saúde, paz de espírito ou até mesmo o céu. Outras pessoas buscam algumas religiões por medo do inferno, do diabo e de maldições. Mas, não são raras as religiões inventadas por pessoas muito espertas, treinadas em lógica, filosofia, teologia, metafísica, oratória e, interessadas em ganhar dinheiro. Embora a bíblia diga que Deus fez o homem a sua imagem e semelhança, constantemente percebemos que é exatamente o inverso: as necessidades, psicológicas, emocionais e financeiras criam na cabeça das pessoas um Deus para satisfazê-las. A psicologia da fé é a base da segurança para a maioria das pessoas que não podem viver sem algum tipo de crença ou sem pedir alguma coisa.

Desta imaturidade, se aproveitam espertalhões que constroem igrejas, como verdadeiras fábricas sem chaminé. Elas funcionam como uma espécie de quitanda, um comércio que acolhe, no caminho da existência, pessoas desesperadas, envolvidas por solidão, descaminhos, misérias, descalabros e múltiplas mazelas. São templos de psicologia, de shows psicodélicos, de oratórias flamejantes e de técnicas de comunicação emocionais bíblicas, verdadeiras ferramentas de convencimento. Mas, inaptas para tocar profunda e permanentemente a vida das pessoas. Causam impacto por certo tempo, mas nada mais são do que portadoras de pregações ornamentais, preparadas para arrecadar dinheiro, um verdadeiro comércio mundano na cara das pessoas que vão ao Templo para buscar Deus e orar.

Celebrar a presença de Deus em todas as circunstâncias, com plena confiança e certeza de Sua presença, dispensa a fé comercial que engorda os cofres dos vendilhões dos templos. Neste sentido, é exemplar a revolta do Papa Francisco com a questão do dinheiro: "Mas, o que Jesus tem contra o dinheiro? É que a redenção é gratuita. A gratuidade de Deus é trazida por Ele, a gratuidade total do amor de Deus. E quando a Igreja se torna exploradora, se diz que a salvação não é tão gratuita”. E acrescenta: “Deus não tem nada a ver com dinheiro. A igreja não pode ser "exploradora" ou vender a salvação”. Enfim, é preciso acima de tudo preocupar-se em cuidar dos outros, cultivar a solidariedade, conviver em fraternidade, participar de instituições religiosas ou laicas que possuam atividades caritativas, como meios necessários para encontrar Deus e, ao mesmo tempo abandonar as neuroses de igrejas que pregam a salvação como um lucrativo negócio. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

FREI AGOSTINHO PICCOLO


                  Homenagens a Frei Agostinho Piccolo

Na sexta-feira à noite (28/11/2014) fez a travessia para o Itaquerão da Eternidade o meu Mestre, Professor, Orientador, Confrade, Amigo, Modelo, Irmão e Santo, Frei Agostinho Salvador Piccolo, OFM. Com ele tenho uma história e muita história de vida! Cheguei ao Seminário de Agudos em 1966 com 12 anos de idade e ele estava lá, com seu inconfundível perfume Pinho de Campos de Jordão, sua paixão pela Formação e Educação, seu transparente modo de ser frade. Frei Agostinho era a natural encarnação das palavras que ele mesmo gostava de acentuar: amor-doação, amor-serviço, amor-fidelidade, amor-oração, amor-generosidade. Nos ensinou na sala de aula e fora dela. Homem de horas e horas frente ao Sacrário fazia da oração seu tempo e fazer sagrado. Nos ensinou gramática, retórica, mística, espiritualidade e estética. Nos fez vibrar pelo esporte e pelas regras de civilidade.

Torcedor fiel do Corinthians era um fiel apaixonado pela atividade física, pelo basquete e pelo futebol. Jovem de alma e coração nunca se deixou arcar pela idade. Escreveu muito sobre São Francisco, Franciscanismo e sobre a Educação. Recebi dele ainda este ano seu último livro: “São Francisco Sempre”. Sonhava morrer dentro de uma Casa de Formação e Educação. 

No último Capítulo das Esteiras convidou-me para irmos juntos visitar Dom Paulo Evaristo, que ele admirava muito. E disse: “Temos que ir ao Profeta, pois ele nos espera lá para continuar por algum caminho!” Morreu na Rodoviária de São Paulo, sua cidade natal e que ele amava muito; morreu a caminho de Bragança onde morava sonhando a Universidade São Francisco de seus sonhos. Viveu a vida toda em seminários, colégios e conventos, mas sempre no coração da Fraternidade e nos mostrando Deus através da sua transparente vida de piedade. Não faltava em nenhum encontro dos Frades e da Província. Onipresente e sempre contente. Educado, fino, leve, atento e provocador em sua presença, fala e silêncio. 

Nunca esqueceu o nome e a memória de nenhum seminarista, formandos e frades que passaram por sua vida. No seu quarto três pequenos altares: Nossa Senhora, São Francisco e um para o Timão. Nunca vi um frade usar tão bem os documentos do Vaticano II como ele usou! Sua Evangelização sempre foi para os Jovens! 

Fez da Juventude o seu ideal missionário e da Escola a sua Casa e Causa! Alimentava, cuidava e regava suas amizades com cuidado de jardineiro. Plantou em nós detalhes inesquecíveis de trazer a vida para perto, e que certamente vão florir em nós sempre, porque Frei Agostinho é uma planta que não sabe o que é fenecer, murchar, secar….ele será sempre uma primavera encarnada! Vá em paz e não esqueça de nos chamar sempre da Eternidade com seus maiúsculos e carinhosos diminutivos! Descanse na merecida Paz Eterna! Paz e Bem, meu confrade!


Vitório Mazzuco, OFM, Petrópolis