O museu escolar, que se encontra no
seminário são João Batista, de Luzerna, foi fundado pelo professor, de saudosa
memória, Frei Miguel Witter, em Rio Negro, Estado do Paraná. Frei Miguel foi
professor de ciências naturais. Seu grande amor pela citada ciência fez com que
colecionasse inúmeras amostras de animais, em boa parte já extinta.
Frei Miguel Witte nasceu em
Osnambruck, Alemanha, em 27 de julho de 1885. Passou sua vida como sacerdote e
professor, no seminário São Luis de Tolosa, em Rio Negro, onde permaneceu até o
seu falecimento, (embora já por vários anos não mais lecionasse), em 20 de
janeiro de 1967.
Oficialmente e Museu Escolar começou a
funcionar a 11 de fevereiro de 1926, segundo consta no primeiro livro de
registro de assinaturas de visitantes.
Milhares de pessoas tiveram acesso a
visitação no seminário São Luis de Tolosa. Acima de 36 mil registros de
assinaturas se encontram assinalados nos vários livros de visita até o ano de
1968. No final de um desses livros de registros encontram-se notas declarando
que provavelmente nem a metade dos visitantes fez o seu registro nos livros.
Aos domingos e feriados o museu era um
local de um enriquecedor divertimento. Gente local, como de cidades vizinhas,
Curitiba, por exemplo, vinham aprender a amar os seres da natureza.
Em 1971, por motivos da venda do
seminário São Luis de Tolosa, o museu escolar, por decreto Providencial de
janeiro de 1971, foi transferido para o seminário São João Batista, em Luzerna
SC. Acrescenta-se ainda, que nesse respectivo ano de 1971, começou a funcionar
em Luzerna, no seminário, o ginásio completo, pois até esta data só funcionava
a 5* E 6* series. Consta na ata inaugural do livro de assinaturas, que Frei
Gregório Johnscher, OFM, foi encarregado da transferência, como também da nova
instalação, no seminário São João Batista.
Num sábado, dia 20 de março de 1971,
as 15.30 horas, reuniu-se a comunidade religiosa residente, os seminaristas,
com o Exmo. Sr. Coordenador Regional de Ensino, Almeida Lago; diretores de
estabelecimentos de ensino de Joaçaba e Luzerna, e outros visitantes, para a
inauguração do Museu Escolar dos Padres Franciscanos. Cento e trinta e cinco
assinaturas estão registradas no livro de visitas no dia da inauguração.
De 1971 até setembro de 1985, 13.068
assinaturas encontram-se nos livros de visita. Isso somado com as do Rio Negro,
temos aproximadamente 50 mil registros de visitas ao Museu Escolar dos Padres
Franciscanos, no espaço de 50 anos, sem contar as visitas que deixaram de
inscrever seu nome no respectivo livro.
Por que tanta curiosidade pelo Museu
Escolar?
Os motivos podem ser vários.
Certamente em primeiro lugar porque o museu conta com um acervo de peças muito
preciosas. Muitas espécies já estão quase extintas no nosso território pátrio.
Em números, estão catalogados 2.598 insetos, assim distribuídos. 1571
coleópteros, 882 borboletas; 33 arachinidios; 212 acrídios, etc. Além dos
coleópteros, o museu conta com 46 quadrúpedes; 101 pássaros,42 cobras, um
esqueleto humano e de partes de muitos animais, inclusive o maxilar de uma
baleia. Além disso, o visitante pode apreciar inúmeras espécies de madeiras,
cristais, minerais, etc.
Em segundo lugar, a grande procura
pelo Museu deve, por ser uma obra muito bem cuidada, sobretudo no tempo de Frei
Miguel que vivia pelo Museu. O que apresenta hoje é trabalho incansável desse
Frade, que mantinha um zelo apaixonado por tudo. As vitrines, a arrumação a arte
da montagem, tudo se deve ao espírito engenhoso e criativo de Frei Miguel.
Além desses motivos certamente outros
haverão, como, campo de pesquisa para estudantes que em todos os anos se servem
de seu cabedal para crescer no conhecimento da natureza; a distração recreativa
de pessoas que fazem do Museu um ponto quase que turístico, pois o seminário
São João Batista é arquitetonicamente uma obra de rara beleza de engenharia,
localizado ás margens do Rio do Peixe e da entrada da Amizade, SC 305, em
Luzerna.
Para a manutenção e conservação da
entidade mantenedora, que são os padres franciscanos, é cobrada uma taxa
simbólica. Quase todos os anos, na época das férias de fim de ano, Frei
Gregório Frei Gregório Johnscher vem de Agudos- SP. Para promover e rever a
conservação. A taxa cobrada é para essas finalidades. Diga-se de passagem que
Frei Gregório nutre um grande amor pelo museu. O mesmo também é responsável por
um grande museu no seminário Franciscano Santo Antonio de Agudos- SP. Se não
fosse o carinho e o cuidado dele talvez algumas peças já se teriam deteriorado.
Esperamos que Deus continue a dar forças e saúde para Frei Gregório e que o
mesmo possa continuar na manutenção dessa obra monumental.
*Frei
Francisco, de saudosa memória, foi professor e orientador em Luzerna – SC –
ARTIGO ESCRITO EM 1985.
O SEMINÁRIO DE LUZERNA FECHOU E O MUSEU FOI TRANSFERIDO PARA
AGUDOS – SP.