Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com.br
A Jornada Mundial da Juventude
acabou e deixou na saudade o burburinho do vai e vem dos encontros, dos
sorrisos e do amor de mais um belo momento na vida dos brasileiros no qual nos
renovamos na alegria de uma semana que ficará na história. A última semana do mês
de julho de 2013 foi excepcional e coroada de êxito com as mensagens e o
testemunho do Papa Francisco. A base deste evento buscou no coração de seus
organizadores e participantes, um ingrediente modelar, uma força motriz que
impulsiona a vida a um patamar de sucesso e de realização ao alcance de todas
as pessoas de boa vontade: o amor. Os projetos de vida de cada ser
humano, inclusive dos que comandam cada instituição, associação, empresa,
município ou nação, se não tiverem como princípio e fundamento o amor, tendem a
fracassar. As organizações privadas ou públicas e os seus líderes que não
conseguirem encarar e defrontar a vida com amor, envenenam o mundo e levam ao
fracasso todas as iniciativas.
O problema é que o nosso sistema permite com
que decisões de políticos possam determinar o destino de todo o povo e intervir
na vida dos cidadãos e no futuro das gerações. A complexidade da política e
mesmo sua imprevisibilidade, em que pese todos os controles do sistema
jurídico, ainda franqueia a que persistam injustiças, tanto econômicas como
sociais, muito embora as maiores vítimas ainda se encontrem nas periferias.
Isso deve fazer do poder político a preocupação central da sociedade, mesmo
porque, a justiça na realidade é uma questão política. O sucesso de eventos
desta magnitude pode até representar o ideal em termos de organização,
competência e resultados, mas pode ser efêmero diante de uma sociedade
indiferente, que não participa e que não se interessa pelo destino de seu pais
e por política.
A participação popular na Jornada
Mundial da Juventude, sugere, dentro da visão de amor e de inclusão sócio,
política e econômica pregada pelo Papa, que o povo deva participar também na
definição das metas públicas, sob pena de que os grandes dilemas apresentados
pelos protestos de ruas no Brasil, permaneçam insolúveis. Sem participação
popular e amor no coração dos líderes, dos jovens e do povo em geral, que traga
à superfície os problemas e incômodos que a maioria dos políticos prefere ver
ocultos, o sucesso deste evento poderá ser esquecido. Por isso precisamos levar
a sério, e fazer com que os nossos representantes também levem a sério a
mensagem do papa Francisco: "Ide, sem medo, para servir".
Pensamentos da semana: “Se uma
pessoa que procura Deus de boa vontade, e é gay, quem sou eu para julgá-la?”