domingo, 20 de novembro de 2016

PAPA NOMEIA NOVOS CARDEAIS, ENTRE ELES, DOM SERGIO DA ROCHA, ARCEBISPO DE BRASÍLIA









Ao nomear Cardeal, DOM SERGIO DA ROCHA,  o papa Francisco afirmou, que uma "epidemia de animosidade" contra pessoas de outras raças e religiões está ferindo os mais fracos da sociedade, alertando também para o crescimento do nacionalismo populista.
Pouco mais de uma semana após Donald Trump ser eleito presidente norte-americano, o que animou partidos anti-imigração na Europa e em outras partes do mundo, o papa alertou para a "rapidez com que aqueles entre nós com status de estrangeiro, imigrante ou refugiado podem se tornar uma ameaça e receber o status de inimigo".
"Inimigo porque eles vêm de um país distante ou têm costumes diferentes. Um inimigo por causa da cor da sua pele, sua linguagem ou sua classe social. Um inimigo porque eles pensam diferente ou até possuem uma fé diferente", disse o papa em cerimônia para ordenar novos cardeais.
Um dos novos cardeais, o arcebispo Blase Cupich, de Chicago, disse à Reuters que o papa está "muito ciente do fato de que se esse sentimento não for combatido, ele é muito contagioso e pode se espalhar rapidamente. É como um incêndio na mata".
Em sua homilia, o papa disse que a Igreja não está imune ao "vírus da polarização e da animosidade", uma aparente referência às críticas públicas de quatro cardeais conservadores, que o acusaram de semear confusão em questões morais.
Na cerimônia do consistório na Basílica de São Pedro, Francisco ordenou 17 novos cardeais, 13 deles com menos de 80 anos e, portanto, elegíveis para sucedê-lo. Entre eles, foi nomeado dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Depois da cerimônia, o papa e os novos cardeais entraram em dois ônibus e visitaram o ex-papa Bento 16, que vive em uma casa nos jardins do Vaticano desde sua renúncia, em 2013.



Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Sérgio falou com que sentimento recebe o cardinalato das mãos do Papa Francisco:
Dom Sérgio:- “Primeiramente, com agradecimento muito grande a Deus e ao Papa Francisco, mas ao mesmo tempo com muita esperança, porque nós sabemos que Deus sempre dá a graça para que possamos cumprir bem a nossa missão. Por isso mesmo, a minha esperança é de contar não só com a graça de Deus, mas também com a amizade, com o apoio, sobretudo com a oração de tanta gente que me tem acompanhado nesses anos como bispo e que, com certeza, rezam pelos novos cardeais. Não só por mim, mas pelos novos cardeais. E é um momento bonito de comunhão na vida da Igreja, já que não se trata de um simples encontro de cardeais, mas é o próprio Papa quem está presidindo este momento, quem está criando os novos cardeais para serem seus colaboradores. Então espero também que Deus me dê a graça de poder colaborar com o Papa, embora a minha colaboração seja modesta, mas de coração, fazer aquilo que está a meu alcance para colaborar com ele. Quanto a essa forma de colaboração, aos poucos é que vai sendo estabelecida, uma vez que os cardeais costumam ser nomeados como membros de algumas das congregações da Cúria Romana.”
RV:- Dom Sérgio, o que significa ser cardeal?
Dom Sérgio:- “Significa acima de tudo ser um servidor da Igreja, como o próprio Papa tem insistido. Não se pode entender o cardinalato como uma espécie de honraria ou de privilégio – claro que é uma graça, que é um dom de Deus através da Igreja –, mas é um serviço a ser prestado de maneira humilde, generosa, na comunhão com o Papa. Creio que nós temos a oportunidade de crescer ainda mais na unidade com o Santo Padre, de ajudar a própria Igreja no Brasil, que está sempre unida ao Papa. Entendo que este seu gesto é acima de tudo um modo de ele valorizar, de expressar o seu amor pela Igreja no Brasil. Eu já disse a ele que o Brasil, o episcopado brasileiro, o povo brasileiro se sente amado por este gesto dele de nomear um cardeal brasileiro.