Apesar de tantas atividades propostas pelo programa de
formação, o tempo parecia paralisado, manquejando pelas horas intermináveis,
vagabundeando com o torvelinho do vento no jardim, vagueando em parafuso noite
adentro com os vagalumes acasalando.
Um seminarista solitário, sentado sobre algumas pedras, no
caminho que levava ao convento, executava uma música com a flauta: “Quando
olhei a terra ardendo, qual fogueira de São João, eu perguntei a Deus do Céu,
aí, por que tamanha judiação...”
Aquele colega participava do coral que Frei Tarcísio
dirigia.
Frei Tarcísio era polivalente. Orientador, professor de
matemática, de música... e da banda do Seminário. Naquele ano ele havia
preparado a banda para o desfile das comemorações passadas, do dia sete de
setembro.
Com que galhardia, que pela rua principal de Luzerna
marchamos ao som da banda do Seminário...
Era a idade dos sonhos que personificavam o desprendimento
e o ideal de um cavaleiro e herói que, apeando do seu cavalo, colocou em mãos
putrescentes seu dinheiro, beijando o leproso com a doçura de sua alma.
Éramos os arautos de movimentados e alegres dias.
Era comprometedor aquele impulso penetrante que, no peito
de cada, abraçava um ideal maior: O DE SER FELIZ.