
Cesar Techio
Economista – Advogado
O Ministério
Público Federal (MPF) abriu investigação com o prazo de 90 dias para concluir
se o ex-presidente Luís Inácio da Silva cometeu crime de tráfico de
influencia facilitando contratos do BNDES para empreiteiras como a Odebrecht,
em valores pelo menos de US$ 4,1 bilhões. A reportagem da Revista Época, edição
882 de 1 de maio, da lavra dos jornalistas THIAGO BRONZATTO E FILIPE COUTINHO, repercutiu
em jornais de todo o mundo, como o New
York Times, Reuters, El País e Barron's e agora aqui, neste espaço. Um
escândalo. Parte da reportagem, inclusive publicada na internet (http://epoca.globo.com/) observa que: “Nos
últimos quatro anos, Lula viajou constantemente para cuidar de seus negócios.
Os destinos foram basicamente os mesmos – de Cuba a Gana, passando por Angola e
República Dominicana. A maioria das andanças de Lula foi bancada pela
construtora Odebrecht, a campeã, de longe, de negócios bilionários com governos
latino-americanos e africanos embalada por financiamentos do BNDES. No total, o
banco financiou ao menos US$ 4,1 bilhões em projetos da Odebrecht em países como
Gana, República Dominicana, Venezuela e Cuba durante os governos de Lula e
Dilma.” A reportagem afirma que após deixar a presidência, através de um
instituto em seu nome Lula “passou a fazer por fora (como ex-presidente) o que
fazia por dentro (como presidente)” usando de seu prestigio para mobilizar
líderes de países em favor do cliente, beneficiado em seguida com contratos
governamentais lucrativos. Lula deu início a seu terceiro mandato. Tornou-se o
lobista em chefe do Brasil.”
A
Revista Veja da semana passada, edição 2423, também traz Lula na capa com o
título: “Empreiteiro arrasta Lula para o meio do escândalo”, reportagem
reproduzida na internet (http://veja.abril.com.br)
informando que Léo Pinheiro, empreiteiro, contribuinte de campanhas eleitorais
e amigo íntimo de Lula, em 2010, meses antes de terminar o mandato deste, aceitou
uma encomenda de Lula para, “na boa”, reformar uma fazenda de sua propriedade.
Pagamento em dinheiro vivo e fora dos padrões, foi feita uma super reforma. Na capa da Veja, a ameaça: “Preso, Leo
Pinheiro, da OAS, ameaça contar à Justiça o que sabe sobre o petróleo – e seu
alvo é o ex-presidente.”
Ou
seja, assim não dá companheiro. Quem diria um operário que era a esperança do
Brasil ser acusado de trair a confiança do povo que o elegeu e, muito provavelmente de milhões
de idealistas e honrados filiados do seu partido? O que ninguém sabia é que, pelo que parece, ele
gostava tanto de dinheiro. Não é por nada que o ex-presidente uruguaio José
Mujica, ao deixar a presidência de seu país, afirmou que quem gosta muito de
dinheiro deveria ser afastado da política: "Se misturamos a vontade de ter
dinheiro com a política estamos fritos. Quem gosta muito de dinheiro tem que
ser tirado da política. É preciso castigar essa pessoa porque ela gosta de
dinheiro? Não. Ela tem que ir para o comércio, para a indústria, para onde se
multiplica a riqueza".
