quarta-feira, 27 de maio de 2015

ESTRANGEIROS X VAGAS DOS TRABALHADORES BRASILEIROS = DECISÃO DO CONSUMIDOR CIDADÃO





 Cesar Techio
Economista – Advogado

         Era só o que faltava. Além da grave crise econômica que está matando os brasileiros, frigoríficos, cooperativas e outras empresas do setor agroindustrial estão contratando, a todo o vapor, trabalhadores estrangeiros num absurdo desprezo à mão de obra nacional. Segundo o IBGE, neste mês de maio de 2015, a taxa de desemprego chegou a 7,9% chegando a 8 milhões de trabalhadores desempregados. E isso num quadro no qual 50% buscam a sobrevivência de suas famílias na informalidade, ou seja, sem carteira de trabalho assinada, sem FGTS, sem previdência social, habitando em favelas ou em sub-habitações. Todo mundo sabe, que para contratar mão de obra estrangeira é preciso que os empregadores comprovem ao Ministério do Trabalho e Emprego, real necessidade, uma vez que a prioridade é contratar e manter o emprego de trabalhadores nacionais.

         Desconsiderando esta realidade, a absorção de mão de obra estrangeira braçal segue uma lógica capitalista exploradora, impiedosa, altamente prejudicial ao desenvolvimento do país, na medida em que mantém os níveis salariais baixos e gera desemprego. Portanto, acaba com o poder de compra, detonando a demanda por produtos e serviços, o que gera queda na produção e mais desemprego, num efeito dominó. O caos já se instalou na Europa, que é rica. Aqui, num país pobre e de terceiro mundo, a mão de obra importada (braçal e desqualificada), veem se somar a miséria e a pobreza já existente. Não se trata, portanto, de xenofobia (aversão ou antipatia aos estrangeiros), mas de perceber que o nosso país deve, em primeiro lugar, resolver o problema do desemprego, da informalidade e da miséria dentro de suas próprias fronteiras para somente depois tentar resolver o problema dos outros.

          É papo furado, pura falácia, a justificativa de que brasileiros não querem trabalhar em atividades pesadas, em condições antiergonômicas ou em atividades laborais exigentes de frigoríficos. Basta pagar um salário justo, para que a mão de obra brasileira seja abundante. Todo mundo sabe que agroindústria é o setor da economia que mais agrega valor na cadeia produtiva, desde o produto “in natura” até o produto final. Portanto é o setor que possui maior capacidade para gerar renda, emprego, criar riquezas e impactar positivamente a economia. Também é o setor que pode pagar melhores salários e promover de forma mais intensa a inclusão social de brasileiros com carteira assinada. Portanto é o setor que mais pode melhorar a qualidade de vida das famílias e da sociedade como um todo.

         Mas, contratando mão de obra braçal estrangeira a agroindústria e outros setores geram um grave problema social interno, uma sociedade miserável em detrimento da manutenção de seus altos lucros. E atrasam o desenvolvimento do país, porque a mão de obra nacional tem a força de permitir aos brasileiros e suas famílias, ascensão social, acesso aos bens de consumo, à propriedade privada, além de dinamizar a economia. Obviamente que parcela dos que contratam mão de obra braçal estrangeira não estão nem aí para essa realidade. Motivo pelo qual é hora do consumidor optar por consumir produtos feitos com 100% de mão de obra nacional.

         Pensamento da semana: Consumidor: proteger a mão de obra nacional passou a ser questão de sobrevivência do país e de segurança social.

(Foto utilizada: O Globo.Dizeres de responsabilidade do autor)