sexta-feira, 8 de julho de 2011

O MUSEU

Nota: Segue relato, de 1986, sobre o museu.
O que foi feito dele com o fechamento do seminário São João Batista? Frei Francisco Orth, nosso orientar à época, ficou muito abalado com o encerramento das atividades do seminário, vindo a falecer algum tempo depois, muito desgostoso.


O museu escolar, que se encontra no seminário são João Batista, de Luzerna, foi fundado pelo professor, de saudosa memória, Frei Miguel Witter, em Rio Negro, Estado do Paraná. Frei Miguel foi professor de ciências naturais. Seu grande amor pela citada ciência fez com que colecionasse inúmeras amostras de animais, em boa parte já extinta.

Frei Miguel Witte nasceu em Osnambruck, Alemanha, em 27 de julho de 1885. Passou sua vida como sacerdote e professor, no seminário São Luis de Tolosa, em Rio Negro, onde permaneceu até o seu falecimento, ( embora já por vários anos não mais lecionasse), em 20 de janeiro de 1967.

Oficialmente e Museu Escolar começou a funcionar a 11 de fevereiro de 1926, segundo consta no primeiro livro de registro de assinaturas de visitantes. Milhares de pessoas tiveram acesso a visitação no seminário São Luis de Tolosa. Acima de 36 mil registros de assinaturas se encontram assinalados nos vários livros de visita até o ano de 1968. No final de um desses livros de registros encontram-se notas declarando que provavelmente nem a metade dos visitantes fez o seu registro nos livros.

Aos domingos e feriados o museu era um local de um enriquecedor divertimento. Gente local, como de cidades vizinhas, Curitiba, por exemplo, vinham aprender a amar os seres da natureza.

Em 1971, por motivos da venda do seminário São Luis de Tolosa, o museu escolar, por decreto Providencial de janeiro de 1971, foi transferido para o seminário São João Batista, em Luzerna SC... Acrescenta-se ainda, que nesse respectivo ano de 1971, começou a funcionar em Luzerna, no seminário, o ginásio completo, pois até esta data só funcionava a 5* E 6* series. Consta na ata inaugural do livro de assinaturas, que Frei Gregório Johnscher, OFM, foi encarregado da transferência, como também da nova instalação, no seminário São João Batista.

Num sábado, dia 20 de março de 1971, as 15.30 horas, reuniu-se a comunidade religiosa residente, os seminaristas, com o Exmo. Sr. Coordenador Regional de Ensino, Almeida Lago; diretores de estabelecimentos de ensino de Joaçaba e Luzerna, e outros visitantes, para a inauguração do Museu Escolar dos Padres Franciscanos. Cento e trinta e cinco assinaturas estão registradas no livro de visitas no dia da inauguração.

De 1971 até setembro de 1985, 13.068 assinaturas encontram-se nos livros de visita. Isso somado com as do Rio Negro, temos aproximadamente 50 mil registros de visitas ao Museu Escolar dos Padres Franciscanos, no espaço de 50 anos, sem contar as visitas que deixaram de inscrever seu nome no respectivo livro.

Por que tanta curiosidade pelo Museu Escolar?

Os motivos podem ser vários. Certamente em primeiro lugar porque o museu conta com um acervo de peças muito preciosas. Muitas espécies já estão quase extintas no nosso território pátrio. Em números, estão catalogados 2.598 insetos, assim distribuídos. 1571 coleópteros, 882 borboletas;33 arachídios; 212 acrídios, etc. Além dos coleópteros, o museu conta com 46 quadrúpedes; 101 pássaros,42 cobras, um esqueleto humano e de partes de muitos animais, inclusive o maxilar de uma baleia. Além disso, o visitante pode apreciar inúmeras espécies de madeiras, cristais, minerais, etc.

Em segundo lugar, a grande procura pelo Museu deve, por ser uma obra muito bem cuidada, sobretudo no tempo de Frei Miguel que vivia pelo Museu. O que apresenta hoje é trabalho incansável desse Frade, que mantinha um zelo apaixonado por tudo. As vitrines, a arrumação a arte da montagem, tudo se deve ao espírito engenhoso e criativo de Frei Miguel.

Além desses motivos certamente outros haverão, como, campo de pesquisa para estudantes que em todos os anos se servem de seu cabedal para crescer no conhecimento da natureza; a distração recreativa de pessoas que fazem do Museu um ponto quase que turístico, pois o seminário São João Batista é arquitetonicamente uma obra de rara beleza de engenharia, localizado ás margens do Rio do Peixe e da entrada da Amizade, SC 305, em Luzerna.

Para a manutenção e conservação da entidade mantenedora, que são os padres franciscanos, é cobrada uma taxa simbólica. Quase todos os anos, na época das férias de fim de ano, Frei Gregório Johnscher vem de Agudos- SP. Para promover e rever a conservação. A taxa cobrada é para essas finalidades. Diga-se de passagem que Frei Gregório nutre um grande amor pelo museu. O mesmo também é responsável por um grande grande museu no seminário Franciscano Santo Antonio de Agudos- SP. Se não fosse o carinho e o cuidado dele talvez algumas peças já se teriam deteriorado. Esperamos que Deus continue a dar forças e saúde para Frei Gregório e que o mesmo possa continuar na manutenção dessa obra manumental.

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