sexta-feira, 22 de abril de 2011

CONSTRUÇÃO DO SEMINÁRIO FRANCISCANO SÃO JOÃO BATISTA DE LUZERNA - SC

Frei Francisco Orth

Iniciar este curto relato da história do seminário franciscano São João Batista de Luzerna, sem agradecer a Deus a graça da colaboração de Frei Francisco, Frei Danilo (falecido) e Frei Guido, seria uma falta muito grande.

Por isso, louvo e agradeço ao Pai dos Céus por essa graça recebida rogando a ele, recompense e abençoe estes santos homens, para que continuem a desempenhar com êxito sua missão evangelizadora junto ao povo e aos seminaristas, extensão segura do amor recebido, pois nos seminaristas, os que persistem na vocação sublime de fazer o vem amado a Deus e aos semelhantes, os padres educadores se ETERNIZAM num reflexo direto da generosidade, caridade e bom caráter, semente a florir na conduta de seus filhos espalhados nesse mundo de meu Deus.

Diz assim a carta introdutória de Frei Francisco Orth;

Luzerna, 13 de setembro de 1985.

Finalmente pude concluir um apanhado de informações sobre os vários ângulos de nosso seminário São João Batista e os respectivos professores e alunos que passaram por aqui. O presente acúmulo de variados aspectos carece de pureza e exatidão, uma vez porque o datilógrafo é muito limitado, por outra, a necessidade de mais dedicação. Mas o tempo está limitado devido as atividades como professor. Por outro lado as fontes estão falhas em muitos pontos; daí a informação também conter falhas. Aos leitores, peço que descontem em tudo um pouco da necessária lisura que deveria conter o trabalho. Faço votos que essa súmula de informações possa contribuir para um breve conhecimento da história do seminário.

Subscreve-se: FREI FRANCISCO ORTH


FUNDAÇÃO DO PRIMEIRO SEMINARIO FRANCISCANO DE LUZERNA.

Folhando a primeira crônica do seminário São João Batista, consta no 1* volume, nas primeiras páginas, um histórico da fundação desse empreendimento:


“Entregando á província da Saxônia a restauração das províncias franciscanas do Brasil, a Santa Sé não renunciadas a seu princípio de formar um clero nacional em todos os países. Fiéis aos desejos e ordens de Sua Santidade, procuraram obter sucessores brasileiros. A começo encontraram não poucas dificuldades. Estabelecendo-se eles no Sul do país, nos centros de colonização européia, em breve tiveram sucesso.

Além da falta de vocações, havia outra circunstância que dificultava seus intentos. Onde e como haviam de formar os candidatos? Até o tempo atual (na crônica; em torno de 1938-39) só havia um colégio no imenso território desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul; Rio Negro. Muitos pais não queriam ver seus filhos tão longe, na idade em que tanto precisavam de carinho dos pais. Considerando todas as dificuldades, os superiores, enfim, decidiram construir diversos seminários menores, colégios preparatórios. O plano era ótimo, mas difícil a execução.

Perto de 10 anos atrás já se pensava em tal plano, mas só agora pode ser executado. Como a maioria de nossas vocações fossem dos centros coloniais, pensou-se em escolher um lugar na colônia, para o futuro colégio.

Enfim a sorte caiu sobre Bom Retiro do Cruzeiro ( primeiro nome de Luzerna).Em 1939 começou a realização do projeto.O custódio da província, Frei Mateus Hoepers, em sua visita a Bom Retiro, aos 11 de abril de 1939, traçou a planta do futuro colégio preliminar. Sendo apresentada ao definitório, sofreu algumas modificações. Aos 20 de agosto veio a Bom Retiro o definidor Frei Bernadino Bortolotti, trazendo a planta modificada e a nomeação de Frei Meinolfo como chefe da execução. Praticamente, porém, o superior da residência de Bom Retiro, Frei João Evangelista Reinhert teve que executar a obra, estando Frei Meinolfo ausente.

Aos 19 de agosto de 1940 terminara a construção externa do novo colégio, faltando ainda a pintura, a instalação externa do novo colégio, faltando ainda a pintura, a instalação da luz e água. Por 8 contos, Frei João conseguiu comprar a encanação da água, fazendo ótimo negócio. Fins de agosto, Frei Alexandre, guardião de Rio Negro, chega a Bom Retiro por causa das instalações internas do colégio. (construção de madeira).

Havia outro problema a resolver. Quem havia de assumir o serviço interno do colégio? Pensou-se em chamar uma congregação de irmãs. Os esforços do R. Pe. Provincial Frei Marcelo Baumeister, neste sentido, foram em vão. Já queriam mandar o futuro reitor para Bom Retiro. Mas como o capítulo estava próximo, ficou tudo sem solução definitiva. O capítulo, enfim, determinou a abertura do colégio no ano de 1941. O dia do começo do ano escolar estava perto. Logo foi nomeado o Reitor do novo colégio São João Batista, Frei Virgílio Berri. Fins de janeiro partiu para o colégio, encontrando ali, já dez alunos sob os cuidados de P.Frei João e Frei Gustavo.

O primeiro colégio, no entanto, não estava em condições para acolher tantos alunos, muito menos para começarem as aulas. O reitor fez o que pode nestes poucos dias. A cozinha ainda não estava instalada, apesar dos esforços de Frei Silvestre, que viera por ordem do R. P. Provincial. Como o fogão não viera ainda, não se admiraram pouco, quando em última hora receberam um telegrama de Rio Negro, dizendo-lhes que vinham o Prefeito do colégio, mais 28 alunos. Correram á estação. Tudo estava em alvoroço, o tempo ruim parecia que quis favorecer a confusão comum. Como dar de comer a tanta gente? Enlameados, chegaram até a vila. Não havia outro meio. Tiveram que comer no hotel. As primeiras impressões dos alunos não foram das melhores. Chovia, chovia muito. Parecia que o aguaceiro não acabava mais. Aos poucos, porém, foram os alunos acostumando-se ao colégio e ao modo de vida.

Uma das maiores dificuldades para os garotos, certamente foi a falta de um campo de jogos. As aulas ainda não podiam iniciar. Não tinham vindo os livros escolares. Só dia 13 de fevereiro, enfim, começaram as aulas. Foi um alívio para os superiores e alunos. Ainda no dia 13 veio Frei Germano, trazendo mais quatro alunos. Dia 17 veio mais um de Herval do Oeste, dia 11 de março chegaram mais quatro de burro, o último chegou dia 21 de março. As dificuldades que nos surgiram daí, não foram poucas. Mas desde o dia 13 de fevereiro, pode haver regularmente aulas. (diz a crônica); temos um curso só,o segundo ano preliminar. Matriculamos 45 alunos. Seguem os nomes dos alunos com a data de entrada:

18.01.1941:
Luiz Sassi.

23.01.1941:
Adelmo Schmitt, Antonio Silva, Bráulio Schmitt, José Eugênio Kreling.

03.0201941:
Adriano Uber; Airton Duarte Vidal, Aleixo Pasini, Anselmo Schweitzer, Antonio Tumonis, Aprígio Bruno Vanini, Artur Ockner, Dorvino Lunelli, Elísio Cattoni, Ernesto Stulzer, Hermínio Tóttene, Irineu Brueggemenn, Joaquim Froza, João Venturi, Lino Dallarosa, Lino Giovenella, Lindo Tomelim, Moacir Da Fonseca, Serafim Panini, Silvério Melchioretto, Ovídio Xavier, Tercílio Berri, Tercílio Fachini, Valentim Oening, Vidal Floriani.

05.02.1941:
Edi Calliari, Ogier Rego Lins.

13.02.1941:
Carlos Klein, Inácio Jacoby, José Feldkirscher, Luiz Favaro, Reinaldo Klen.

17.02.1941:
Arduino Massignam.

11.03.1941:Alcides Bonatto, Assis Romen Perlin, Davi Martini, João Turmina.

21.03.1941:
Cláudio Sganzerla.

(esse estrato foi feito da crônica, volume I, pág- 1-5. O que está entre parênteses são esclarecimentos pessoais)

Nota: O presente é fruto de pesquisa de FREI FRANCISCO ORTH (falecido) que a meu pedido levantou dados sobre o Seminário São João Batista de Luzerna – SC.
Ele informou que que colaboraram na pesquisa, FREI DANILO MARQUES (falecido) e FREI GUIDO TONIOSSO.

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