terça-feira, 5 de dezembro de 2017

COMO FEZ CALOR NAQUELE MÊS DE OUTUBRO DE 1972...







     









Apesar de tantas atividades propostas pelo programa de formação, o tempo parecia paralisado, manquejando pelas horas intermináveis, vagabundeando com o torvelinho do vento no jardim, vagueando em parafuso noite adentro com os vagalumes acasalando.                                                        

Um seminarista solitário, sentado sobre algumas pedras, no caminho que levava ao convento, executava uma música com a flauta: “Quando olhei a terra ardendo, qual fogueira de São João, eu perguntei a Deus do Céu, aí, por que tamanha judiação...”  

Aquele colega participava do coral que Frei Tarcísio dirigia.

Frei Tarcísio era polivalente. Orientador, professor de matemática, de música... e da banda do Seminário. Naquele ano ele havia preparado a banda para o desfile das comemorações passadas, do dia sete de setembro.

Com que galhardia, que pela rua principal de Luzerna marchamos ao som da banda do Seminário...

Era a idade dos sonhos que personificavam o desprendimento e o ideal de um cavaleiro e herói que, apeando do seu cavalo, colocou em mãos putrescentes seu dinheiro, beijando o leproso com a doçura de sua alma.    

Éramos os arautos de movimentados e alegres dias.

Era comprometedor aquele impulso penetrante que, no peito de cada, abraçava um ideal maior: O DE SER FELIZ.

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