domingo, 17 de setembro de 2017

MARIA CONCEBIDA SEM PECADO ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VOS - 1830


                  Medalha provavelmente cunhada em 1832 - Tamanho de uma unha - quase não visível a olho nú. Encontrada completamente apagada. Após várias lavagens e polimento, surgiu a figura de Nossa Senhora. E já atendeu um primeiro pedido.

A medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças

Em 1830, no dia 27 de novembro, deu-se a aparição de Maria a Santa Catarina Labouré, da Congregação das Filhas da Caridade, à Rue du Bac 140 em Paris. Nessa ocasião a Mãe de Jesus mostrou o modelo da medalha que ela desejava fosse cunhada como sinal de grandes graças que ela obteria junto de seu divino Filho.


Esta Medalha traz inúmeras mensagens e a primeira delas é atinente a Imaculada Conceição de Maria, dogma que seria proclamado dia 8 de dezembro de 1854, por Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus. As mãos abertas da Medianeira de todas as graças é outra grande lição. É o resumo do papel da Virgem Maria na história da salvação, no Evangelho. Adite-se a cruz de Cristo nela, sacrificado pelos homens e Maria exemplo de fé ao pé da cruz, representada pelo M de seu nome.


O coração de Jesus e de Maria a atestar o amor imenso do Salvador e de Sua Mãe por todos os remidos. As doze estrelas lembrando a mulher do Apocalipse (cf. Ap 12,1). Ela é aquela que deu nascimento ao corpo humano de Cristo e à Igreja, que dá nascimento aos batizados que formam o Corpo Místico de Jesus. Como as 12 estrelas lembram também as 12 tribos de Israel e os doze apóstolos, a medalha milagrosa tem um aspecto também profundamente missionário. Adite-se que no século XIX imperava por toda parte a negação de Deus com o endeusamento da Ciência, que pretendia responder a todas as questões religiosas e filosóficas.


A literatura da época estava impregnada de ateísmo, levando as mentes ao irracional e ao fantástico. Além disso, quando, em 1830, ia se instalar um regime político antirreligioso, desenvolvendo uma forma de capitalismo liberal particularmente materialista, a Virgem então propõe não um objeto científico, mas um objeto simples, uma medalha a falar das realidades celestes. A difusão dessa peça se dá no momento também de uma renovação do Catolicismo social com Frederico Ozanam e as Conferências de São Vicente de Paulo.


Ocorria uma vitalidade da reflexão universitária e literária católica. Tudo isso era reforçado com a medalha que mostrava a intervenção de Deus na história não só da França, mas de todo o mundo.
O Arcebispo de Paris, a quem Catarina Labouré levou o pedido de Nossa Senhora para que se cunhassem as medalhas, percebeu a riqueza doutrinária que ela continha. Em 1832 houve a primeira distribuição dessas peças por ocasião da epidemia da cólera que dizimava a capital francesa. As primeiras 20 mil medalhas foram confeccionadas em 1830, ano em que esta epidemia, vinda da Rússia através da Polônia, irrompeu em Paris a 26 de março, ceifando vidas, num imenso cântico fúnebre. Num só dia houve 861 mortes.


No total foram registradas oficialmente 18.400 mortes, porém, na realidade, houve mais de 20 mil. As descrições da época são aterradoras: em quatro ou cinco horas, o corpo de um homem em perfeita saúde reduzia-se ao estado de um esqueleto.

Como se fora num abrir e fechar de olhos, jovens cheios de vida tomavam o aspecto de velhos carcomidos, e logo depois não eram senão cadáveres. Nos derradeiros dias de maio, a epidemia parecia recuar. Na segunda quinzena de junho, no entanto, um novo surto da doença redobra o pânico do povo. Mas, finalmente, no dia 30 de junho, a Casa Vachette entrega as primeiras 1.500 medalhas, que são distribuídas pelas Filhas da Caridade e abrem o cortejo sem fim das graças e dos milagres: Curas maravilhosas se deram e a epidemia foi debelada.

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