Medalha provavelmente cunhada em 1832 - Tamanho de uma unha - quase não visível a olho nú. Encontrada completamente apagada. Após várias lavagens e polimento, surgiu a figura de Nossa Senhora. E já atendeu um primeiro pedido.
A medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças
Em
1830, no dia 27 de novembro, deu-se a aparição de Maria a Santa
Catarina Labouré, da Congregação das Filhas da Caridade, à Rue du Bac
140 em Paris. Nessa ocasião a Mãe de Jesus mostrou o modelo da medalha
que ela desejava fosse cunhada como sinal de grandes graças que ela
obteria junto de seu divino Filho.
Esta Medalha traz inúmeras mensagens e a
primeira delas é atinente a Imaculada Conceição de Maria, dogma que
seria proclamado dia 8 de dezembro de 1854, por Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus.
As mãos abertas da Medianeira de todas as graças é outra grande lição. É
o resumo do papel da Virgem Maria na história da salvação, no
Evangelho. Adite-se a cruz de Cristo nela, sacrificado pelos homens e
Maria exemplo de fé ao pé da cruz, representada pelo M de seu nome.
O coração de Jesus e de Maria a atestar o
amor imenso do Salvador e de Sua Mãe por todos os remidos. As doze
estrelas lembrando a mulher do Apocalipse (cf. Ap 12,1). Ela é aquela
que deu nascimento ao corpo humano de Cristo e à Igreja, que dá
nascimento aos batizados que formam o Corpo Místico de Jesus. Como as 12
estrelas lembram também as 12 tribos de Israel e os doze apóstolos, a
medalha milagrosa tem um aspecto também profundamente missionário.
Adite-se que no século XIX imperava por toda parte a negação de Deus com
o endeusamento da Ciência, que pretendia responder a todas as questões
religiosas e filosóficas.
A literatura da época estava impregnada
de ateísmo, levando as mentes ao irracional e ao fantástico. Além disso,
quando, em 1830, ia se instalar um regime político antirreligioso,
desenvolvendo uma forma de capitalismo liberal particularmente
materialista, a Virgem então propõe não um objeto científico, mas um
objeto simples, uma medalha a falar das realidades celestes. A difusão
dessa peça se dá no momento também de uma renovação do Catolicismo
social com Frederico Ozanam e as Conferências de São Vicente de Paulo.
Ocorria uma vitalidade da reflexão
universitária e literária católica. Tudo isso era reforçado com a
medalha que mostrava a intervenção de Deus na história não só da França,
mas de todo o mundo.
O Arcebispo de Paris, a quem Catarina
Labouré levou o pedido de Nossa Senhora para que se cunhassem as
medalhas, percebeu a riqueza doutrinária que ela continha. Em 1832 houve
a primeira distribuição dessas peças por ocasião da epidemia da cólera
que dizimava a capital francesa. As primeiras 20 mil medalhas foram
confeccionadas em 1830, ano em que esta epidemia, vinda da Rússia
através da Polônia, irrompeu em Paris a 26 de março, ceifando vidas, num
imenso cântico fúnebre. Num só dia houve 861 mortes.
No total foram registradas oficialmente
18.400 mortes, porém, na realidade, houve mais de 20 mil. As descrições
da época são aterradoras: em quatro ou cinco horas, o corpo de um homem
em perfeita saúde reduzia-se ao estado de um esqueleto.
Como se fora num abrir e fechar
de olhos, jovens cheios de vida tomavam o aspecto de velhos carcomidos, e
logo depois não eram senão cadáveres. Nos derradeiros dias de maio, a
epidemia parecia recuar. Na segunda quinzena de junho, no entanto, um
novo surto da doença redobra o pânico do povo. Mas, finalmente, no dia
30 de junho, a Casa Vachette entrega as primeiras 1.500 medalhas, que
são distribuídas pelas Filhas da Caridade e abrem o cortejo sem fim das
graças e dos milagres: Curas maravilhosas se deram e a epidemia foi
debelada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário