Quatro anos passam depressa, quando se
é adolescente.
Em 05 de dezembro de 1975, chegamos ao
fim de nossa convivência.
Acompanhados pelos pais, festejamos a
despedida com um almoço festivo.
O Seminário São João Batista recepcionava
as famílias de seus seminaristas.
Às 17 horas procedeu-se a cerimônia de
formatura, na capela, com uma missa.
Aquela comunidade religiosa era
exemplar. Era amorosa.
Por isso entendo, hoje, o motivo de
permanecerem vivos em minha memória.
Às 20 horas aconteceram as despedidas,
no anfiteatro.
Estávamos todos lá:
Cesar Techio, Coraldino R. Netto, Darcy Somensi, Egidio Antonio Bóliz, Elói J. Felini, Fernando
Deon, Flávio Sartori, Francisco Morais, Geraldo Turcatto, Gilberto Pagliarim, Idavir Mascarelo, Leodir Fontana, Maurílio de Rossi, Milton da Cunha, Navílio
Adriano, Moacir José Agnes, Otávio Dalpubel, Reinaldo Schereiner, Valmor Simom,
Vilmar Matiello, Zeferino de Marco.
No discurso que encerrou quatro anos
de convivência, as seguintes palavras:
Há quatro anos, aqui chegamos com uma
vocação, plantinha pequena ainda, mas que aos poucos foi vicejando; a de sermos
franciscanos.
E veio gente de todos os rincões; de
Concórdia, Joaçaba, Chapecó, Jaborá, Santo Amaro da Imperatriz, Pato Branco,
Xaxim, Chapecó, Brusque, entre outros.
Aqui encontramos quem nos recebeu com carinho
e amor, os padres e irmãos franciscanos; sim, vocês queridos frades, foram
nossos segundos pais.
Aqui passamos os melhores tempos de
nossa adolescência.
Foram anos de estudo, trabalho, esportes, alegrias
e provações. Anos de intensa formação espiritual. Anos vividos em família.
Vocês padres professores, foram para
nós, pais carinhosos que souberam compreender nossas fraquezas e nossos
defeitos.
Seus corações sempre cheios de ternura
e compreensão, não mediram sacrifícios, nem pouparam esforços para nos
encaminhar pela senda da virtude e do dever.
As luzes dos vossos espíritos cultos
unido ao calor de seus bondosos corações, a energia e disciplina de suas
atitudes, foram as grandes qualidades que nos serviram de guia.
Alexandre Magno disse dever mais a
Aristóteles, seu mestre, do que a Felipe seu pai, pois se este lhe dera o pão
que nutre o corpo, aquele lhe dará o alimento que nutre o espírito.
Vocês queridos mestres, Frei Danilo, Diretor;
Frei Tarcísio, Pe. Orientador; Professora Dulce Zanini, nossa querida
professora, com quem aprendemos a gostar de matemática; Frei Aloísio que por
tantos anos vem trabalhando pela comunidade; Frei Isidoro, Frei Rainério; Frei
Maurílio e Frei Olivério que estão atualmente no Seminário de Rio Brilhante no
Mato Grosso. Frei Flaviano, Frei José Lino e, em especial, Frei Anselmo.
Frei Anselmo, falecido neste ano de
1975, foi professor de inglês, história e música.
Foi um grande amigo dos seminaristas.
Dedicado e amoroso que não conheceu
descanso nem repouso, enquanto soube que ali havia um aluno, um seminarista,
necessitando de seu amparo espiritual ou intelectual.
Nada o detinha no cumprimento do dever.
Sacrificava o seu bem-estar, pelo bem-estar dos outros, e isso com um interesse
apostólico, elevado nível do sacrifício.
Sua missão, inspirada nas lições do
Evangelho, produziram bons frutos.
A ele o preito de gratidão e saudade.
Bendita, sua memória e, ao
rememora-la, teremos sempre presente sua figura de apóstolo, suas lições e seus
exemplos que tão fundo calaram em nossas almas. (A ele um minuto de silêncio).
Fiquem certos, mestres, que saberemos
conservar no mais íntimo da nossa alma, a lembrança dos dias felizes que
passamos juntos e haveremos de invocar, em todas as situações que a vida nos há
de proporcionar, as vossas imagens tutelares, lembrando-nos então, dos
conselhos paternais que, com tanto carinho nos prodigalizastes.
Este dia jamais esqueceremos.
Adeus Seminário, Deus te guarde
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