Um novo livro-entrevista do Papa
vai ser publicado esta terça-feira, em 86 países, com o título ‘O nome de Deus
é Misericórdia’, reforçando as posições de Francisco sobre a necessidade de uma
Igreja de “portas abertas”.
“A Igreja não está no mundo para
condenar, mas para permitir o encontro com o amor visceral que é a misericórdia
de Deus”, refere, na entrevista ao vaticanista italiano Andrea Tornielli.
Num dos excertos da obra,
divulgado pela Rádio Vaticano, Francisco diz que também o Papa é alguém com
“necessidade da misericórdia de Deus” e revela ter uma “relação especial” com
os presos.
“Cada vez que passo a porta de
uma cadeia para uma celebração ou para uma visita, surge-me sempre este
pensamento: porque eles e não eu?”, explica, acrescentando que não se sente
“melhor” do que aqueles que estão à sua frente.
O Papa apresenta a sua visão
sobre a missão da Igreja no mundo, sublinhando que quando “condena o pecado” o
faz porque “deve dizer a verdade”.
Ao mesmo tempo, no entanto,
“abraça o pecador que se reconhece como tal, aproxima-se dele, fala-lhe da
misericórdia infinita de Deus”, à imagem de Jesus, que “perdoou mesmo os que o
crucificaram”.
“Seguindo o Senhor, a Igreja é
chamada a derramar a sua misericórdia sobre todos os que se reconhecem como
pecadores, responsáveis pelo mal que fizeram, que sentem necessidade do
perdão”, observou.
Em relação ao ano santo
extraordinário que convocou, o Jubileu da Misericórdia (dezembro de
2015-novembro de 2016), Francisco espera que a iniciativa permita fazer emergir
um rosto cada vez mais materno da Igreja.
O Papa convida as comunidades
católicas a “sair das igrejas e das paróquias” para ir ao encontro das pessoas,
onde elas vivem, “sofrem e esperam”.
“A Igreja em saída tem a
caraterística de surgir no local onde se combate, não é a estrutura sólida,
dotada de tudo”, mas um “hospital de campanha” no qual se pratica uma “medicina
de urgência”.
Nesse sentido, deseja que o
jubileu extraordinário “faça emergir cada vez mais o rosto de uma Igreja que
redescobre as vísceras maternas da misericórdia e que vai ao encontro de tantos
feridos necessitados de escuta, compaixão, perdão, amor”.
Após precisar que o pecado é
diferente da “corrupção”, porque nesta não existe qualquer “arrependimento”,
Francisco fala da “graça” da vergonha, porque permite ter a consciência das
falhas e limites de cada um, diante de Deus.
Fonte: Agência Ecclesia 10 de
Janeiro de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário