sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

OS IRMÃOS ME DEVOLVERAM O SERVIÇO DO LAVA-PÉS.





A reeleição para o serviço de Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição pegou de surpresa Frei Fidêncio Vanboemmel nesta quinta-feira. Mais tranquilo no dia seguinte  (22/1) , Frei Fidêncio confessou que não esperava estar à frente da entidade por mais três anos.
 Nesta entrevista concedida à Equipe de Comunicação do Capítulo Províncial, que está em andamento no Seminário Santo Antônio de Agudos (SP), ele conversou com Frei Gustavo Medella e contou que a forte aclamação de seus confrades no final da eleição o animou a dizer o ‘sim’ na condução desta Fraternidade Provincial.  

Equipe de Comunicação do Capítulo – O sr. acreditava nesta mudança, nesta virada e como o sr. se sente diante deste encargo que os irmãos voltam a entregar-lhe.
 Frei Fidêncio – Paz e bem a todos. Este processo eletivo foi, de fato, uma grande surpresa. Vim para este Capítulo desarmado, vim para entregar o cargo, vim de todo coração e de consciência tranquila. Estava tranquilo na medida em que o processo eletivo transcorria, pois imaginava voltar e já até sonhava com possíveis lugares que deveria trabalhar depois. Mas, como escrevi na página do Facebook, os irmãos resolveram me devolver a jarra, a bacia e a toalha para continuar no exercício do lava-pés. Nem sempre é fácil e não foi fácil dizer esse sim, repetir ‘faça-se em mim segundo a tua palavra’ e entender que, na vontade dos irmãos perpassa a nossa obediência franciscana. Esse ‘sim’ foi extremamente difícil por  não estar preparado, mas a aclamação que os frades deram no final mexeu muito comigo e aceitei.

 ECC – Mesmo sendo um mandato novo, Frei Fidêncio, não há como negar que a experiência acumulada nesses seis anos como Ministro Provincial acaba lhe dando mais segurança neste governo. O sr. acredita nisso, acha que vão ser mais fáceis esses três anos? Que leitura o sr. faz de todo esse processo?
 Frei Fidêncio - Não sei se vai ser mais fácil. Creio que o tempo que a gente permaneceu como Ministro no serviço à Província e às fraternidades provinciais, como dizia em outra entrevista para a Revista “Comunicações”, foi um aprendizado, pois a Província é uma grande escola, é um lugar de muito aprendizado. Creio que nesses seis anos aprendi muito. Aliás, antes dos seis anos participei do Conselho ou Definitório da Província; portanto, estou há nove anos participando deste processo de condução da vida interna da Província. Então, ser reeleito – e Frei Nestor dizia isso muito bem – não é continuação, mas é um novo começo. Creio que esse novo é assustador, em primeiro lugar, porque também sei das nossas limitações e das nossas fragilidades. Sei que o cobertor, às vezes, é curto diante de tantos apelos da Igreja, da Fraternidade e da missão. Isso se manifestou muito claro nos relatórios do Capítulo. Muitos lugares necessitam de reforços e nós não podemos dividir os frades em dois. Então, penso que esse vai ser o grande desafio que teremos pela frente. A experiência ajuda, dá segurança, sim, mas espero que a Fraternidade Provincial me dê um Definitório que me ajude também a conduzir esse processo de animação da vida provincial.
 [Frei Fidêncio, agora o sr. me fez lembrar da frase de São Francisco pouco tempo antes de falecer, quando ele disse aos irmãos: “Vamos recomeçar porque até agora pouco ou nada fizemos” – Frei Gustavo]

ECC – Frei Fidêncio, que Província o sr. sonha para o futuro?
 Frei Fidêncio – O futuro a gente começa a construir no presente. Eu acho que o presente é  podermos trabalhar aqui, neste Capítulo, o nosso Plano de Evangelização, que  é a construção da Província do amanhã, do futuro. Penso que hoje temos muitos apelos importantes. É muito significativo termos diante de nós o Papa Francisco, que é uma provocação diária, é uma provocação constante a nós, franciscanos. Temos os apelos da Ordem para que nós, enquanto Província, também saiamos às periferias com a alegria do Evangelho. Então, penso que precisamos revigorar essa vocação no presente para construirmos juntos a Província do amanhã, uma Província com muita garra, muito entusiasmo, uma Província evangelizadora.

ECC – Frei Fidêncio, e com relação a esse Capítulo, que leitura o sr. faz dele até este momento?
Frei Fidêncio – Olha, o Capítulo Provincial está transcorrendo, a meu modo de ver, muito bem. Participei também das reuniões da Comissão Preparatória e havia assim um temor devido ao grande número de irmãos, já que estamos aqui em quase 160 frades reunidos. Havia o temor de que o processo capitular não andasse. Os irmãos estão surpreendendo neste Capítulo. Vejo um ambiente leve, feliz, uma convivência fantástica. Creio que esse processo preparatório foi muito bom para isso.  Espero que os irmãos, a partir de hoje, quando vamos amarrar as grandes questões do Capítulo, que cheguemos a proposições e conclusões muito boas. Estou muito entusiasmado com a forma com que o Capítulo está sendo conduzido: com muita objetividade, com muita clareza, sobretudo a vontade dos irmãos em querer uma Província que seja de fato um espelho para a Ordem.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Não percam a esperança, diz Papa para Jubileu dos Adolescentes



Em sua mensagem ao Jubileu da Misericórdia dos Adolescentes, divulgada nesta quinta-feira (14/01), o Papa Francisco voltou a reforçar que o Jubileu é para todos, sem distinção, e fez um convite aos jovens que vivem em áreas de conflitos ou de extrema pobreza a continuar contra a corrente. “Não acrediteis nas palavras de ódio e terror que se repetem com frequência; pelo contrário, construam novas amizades.”

Entre as novidades deste Ano Santo da Misericórdia, está o Jubileu dos Adolescentes, que será celebrado nos dias 23 e 24 de abril e voltado à faixa etária dos 13 aos 16 anos de idade.

Para todos

Com o tema “Crescer misericordiosos como o Pai”, em sua mensagem, o Papa Francisco destaca que “não há fronteiras nem distâncias que possam impedir a misericórdia do Pai de nos alcançar, tornando-se presente no meio de nós”. O Santo Padre lembra ainda aos adolescentes que a Porta Santa está aberta em Roma e em todas as dioceses do mundo.

Aos jovens, Francisco explica que o Jubileu é um período santo de reflexão e de descoberta. “Viver como irmãos – diz o Papa - é uma grande festa, a mais bela que se pode sonhar, a festa sem fim que Jesus nos ensinou a cantar através do seu Espírito.”

Sejam corajosos

Segundo o Pontífice, o tema escolhido para o Jubileu dos Adolescentes é também uma oração da Igreja aos jovens de todo o mundo. “Crescer misericordiosos significa aprender a ser corajosos no amor prático e desinteressado, significa tornar-se grande tanto no aspecto físico, como no íntimo de cada um. Estejam preparados para tornarem-se cristãos capazes de escolhas e gestos corajosos, capazes de construir cada dia, mesmo nas pequenas coisas, um mundo de paz”, afirma o Papa.

Francisco reconhece, no entanto, o período de mudanças que ocorre na vida dos adolescentes. Apesar disso, ele pede a eles que “permaneçam firmes no caminho da fé, com esperança no Senhor”. “Com Ele – ressalta o Pontífice -, podemos fazer coisas grandes; Ele nos fará sentir a alegria de sermos seus discípulos, suas testemunhas. Apostem nos grandes ideais, nas coisas grandes.”

Guerra e pobreza

Aos adolescentes que vivem em áreas de conflitos, de guerras e de extrema pobreza, o Papa pede para que não percam a esperança. “O Senhor – ressalta Francisco - tem um grande sonho a realizar juntamente com vocês. Os amigos da mesma idade, que vivem em condições menos dramáticas do que as suas, lembram-se de vocês e comprometem-se para que a paz e a justiça possam pertencer a todos.”

Reflexão e atitude

Para participar do Jubileu dos Adolescentes, o Santo Padre faz um apelo aos jovens para que preparem o coração e a mente, e meditem os desejos entregues a Jesus no Sacramento da Reconciliação e na Eucaristia.

“Quando passarem pela Porta Santa – destaca o Papa Francisco -, lembrem de que vocês se comprometem a santificar suas vidas e a se alimentarem do Evangelho e da Eucaristia, que são a Palavra e o Pão da vida, para que possam construir um mundo mais justo e fraterno.”

No espírito da JMJ (Jornada Mundial da Juventude), em Roma, uma programação especial está sendo preparada para os adolescentes inscritos para participar das celebrações do Jubileu nos dias 23 e 24 de abril, como o Sacramento da Reconciliação e a passagem pela Porta Santa, além da missa com o Papa Francisco na Praça São Pedro. (PS)

domingo, 10 de janeiro de 2016

O NOME DE DEUS É MISERICÓRDIA - IGREJA NÃO ESTÁ NO MUNDO PARA CONDENAR


Um novo livro-entrevista do Papa vai ser publicado esta terça-feira, em 86 países, com o título ‘O nome de Deus é Misericórdia’, reforçando as posições de Francisco sobre a necessidade de uma Igreja de “portas abertas”.


“A Igreja não está no mundo para condenar, mas para permitir o encontro com o amor visceral que é a misericórdia de Deus”, refere, na entrevista ao vaticanista italiano Andrea Tornielli.


Num dos excertos da obra, divulgado pela Rádio Vaticano, Francisco diz que também o Papa é alguém com “necessidade da misericórdia de Deus” e revela ter uma “relação especial” com os presos.


“Cada vez que passo a porta de uma cadeia para uma celebração ou para uma visita, surge-me sempre este pensamento: porque eles e não eu?”, explica, acrescentando que não se sente “melhor” do que aqueles que estão à sua frente.


O Papa apresenta a sua visão sobre a missão da Igreja no mundo, sublinhando que quando “condena o pecado” o faz porque “deve dizer a verdade”.


Ao mesmo tempo, no entanto, “abraça o pecador que se reconhece como tal, aproxima-se dele, fala-lhe da misericórdia infinita de Deus”, à imagem de Jesus, que “perdoou mesmo os que o crucificaram”.


“Seguindo o Senhor, a Igreja é chamada a derramar a sua misericórdia sobre todos os que se reconhecem como pecadores, responsáveis pelo mal que fizeram, que sentem necessidade do perdão”, observou.


Em relação ao ano santo extraordinário que convocou, o Jubileu da Misericórdia (dezembro de 2015-novembro de 2016), Francisco espera que a iniciativa permita fazer emergir um rosto cada vez mais materno da Igreja.


O Papa convida as comunidades católicas a “sair das igrejas e das paróquias” para ir ao encontro das pessoas, onde elas vivem, “sofrem e esperam”.


“A Igreja em saída tem a caraterística de surgir no local onde se combate, não é a estrutura sólida, dotada de tudo”, mas um “hospital de campanha” no qual se pratica uma “medicina de urgência”.


Nesse sentido, deseja que o jubileu extraordinário “faça emergir cada vez mais o rosto de uma Igreja que redescobre as vísceras maternas da misericórdia e que vai ao encontro de tantos feridos necessitados de escuta, compaixão, perdão, amor”.


Após precisar que o pecado é diferente da “corrupção”, porque nesta não existe qualquer “arrependimento”, Francisco fala da “graça” da vergonha, porque permite ter a consciência das falhas e limites de cada um, diante de Deus.


Fonte: Agência Ecclesia 10 de Janeiro de 2016

domingo, 3 de janeiro de 2016