Cesar Techio
Economista
– Advogado
No início
da década de 80, comprei numa livraria da Rua das Flores, em Curitiba, um raro
livro, intitulado "CONTAGEM REGRESSIVA PARA O JUÍZO FINAL", de
autoria de Hall Lin Dsey, editado e traduzido pela editora Mundo Cristão. O
mesmo aborda a problemática árabe/judeu. Segundo o autor, Israel não tem mais o
complexo de Massada, uma fortaleza, distante há alguns quilômetros do mar
morto, da qual se tem uma belíssima vista de todo o oriente médio e na qual se
passou um dos maiores dramas da história da humanidade.
Foi nesse
local que, entre 66 e 73 da era Cristã, quase mil judeus entre crianças e
mulheres, cometeram suicídio voluntário, antes de a fortaleza cair sob o jugo
romano. O fato deu origem a um termo que traduz a persistência dos judeus em
defenderem sua terra: o complexo de Massada. Segundo o Autor, Israel agora tem
o complexo de Sansão. Caso for atacada e não houver saída, usará a bomba
atômica para destruir os inimigos, mesmo que tenha que sucumbir junto com eles.
Tal tema me veio à mente, novamente, nesta virada de ano 2018/2019, com a visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu para a posse do Presidente Jair Bolsonaro.
O povo
judeu, tanto perseguido e vítima de preconceitos em todo o mundo é, na
realidade, digno de admiração pela sua história de bravura, heroísmo,
inteligência, amor pela família, pela terra e vontade de trabalhar.
Este povo
fantástico ingressou no meio do deserto e fez dele um oásis produtivo, mesmo
diante de conflitos e guerras.
Deitando um olhar para nossa terra, tão pródiga, pacífica, fértil, com um clima maravilhoso e um povo tão afável e amoroso, em meio a incredulidade e indignação fico desconcertado com o perfil de conduta, formação e ideais dos nossos políticos. Qual deles defenderia o país até às últimas consequências? Quem colocaria os interesses coletivos e interesse público acima da própria vida? Enfim, quem está, de fato, preparado para assumir funções de relevante interesse público, sem pensar no próprio bolso?
Nossas políticas
públicas, leis e decisões legislativas produzem mais e mais impostos e se imiscuem na
vida privada, controlando tudo (não só a economia, mas o fruto de nosso
trabalho, nossos gastos, inclusive nossos pensamentos).
Sob o
título “AMÉRICA LIVRE”, já escrevia em 5
de maio de 2009, no meu blog (https://cesartechio.blogspot.com/),
forte protesto contra a visita de Ahmadinejad ao Brasil, um líder tão confuso
quanto perigoso, que defendia a destruição de Israel abertamente, desenvolvia
armas nucleares debaixo no nariz do mundo civilizado, negava o Holocausto,
defendia a perseguição de minorias e a repressão das mulheres e dos
homossexuais.
Protesto
ao terror, como o patrocinado pelo Irã na Argentina contra a embaixada de
Israel e contra o Centro Judaico Amia em 1994; protesto para dizer que a índole
democrática do Brasil não podia legitimar representantes de países que apoiam o
terrorismo, muito menos líderes tão funestos para a civilização e para a paz
mundial.
Constatava,
naquela data, que a diplomacia brasileira ia de mal a pior, ao acenar para relações com
países como o Irã e a Venezuela de Hugo Chaves, este que no dia 1º de maio (dia
do trabalhador) visitava oficialmente aquele país, proclamando a reunião com
Ahmadinejad (acreditem) como a reunião do "G2", em oposição ao G20.
Na visita
ao Irã, Chaves afirmava que o FMI tinha que ser eliminado, classificando o Fundo
e o Banco Mundial (Bird) como "ferramentas do imperialismo". Aliás, o
“chavismo” venezuelano pregava para quem quisesse ouvir, o anti-semetismo, na
linha do “Nosotros, los chavistas, despreciamos a los judíos y no reconocemos
al Estado de Israel así como tampoco ninguna organización judía nacional e
internacional”.
Lendo,
pela rede, os principais jornais do planeta anunciarem a indignação mundial
pela visita do presidente iraniano, custava acreditar que o Brasil ignorasse a
história de Israel e admitisse em território brasileiro líderes
antidemocráticos e ditadores que amedrontavam e preocupavam a América livre e
os países civilizados.
E me perguntava
estarrecido: Será que no desenho geopolítico e econômico internacional, não
encontram as autoridades brasileiras, algum país civilizado e democrático para
abrir novas relações comerciais, sociais, científicas, culturais ou o “raio que
o parta”? Era só o que faltava, o governo brasileiro “passar a mão na cabeça”
destes ditadores insanos, abrindo-lhes as portas para relações sabe-se lá de
que natureza. A dúvida é oportuna, vez que são pródigos estes líderes
negativos, em controvérsias, afrontas e ameaças aos países de regime aberto e
representativo.
Nove anos
depois, para minha imensa surpresa, BENJAMIN NETANYAHU, em visita ao Brasil
para a posse do novo presidente Jair Bolsonaro, repetiu o que eu havia dito,
que “É DIFÍCIL ACREDITAR QUE NUNCA TIVEMOS ESSE TIPO DE CONTATO NO PASSADO.”
Com
certeza, é muito bom que o Brasil não ignore mais a história de Israel e
aprenda a se afastar para sempre de líderes antidemocráticos e ditadores que
amedrontam e preocupam a América livre e os países civilizados.
E que
assim seja, nas palavras de BENJAMIM "BIBI:
“Queremos
ser parceiros do Brasil nessa empreitada. A nossa cooperação pode trazer
benefícios tremendos para os nossos povos: na economia, no emprego, na
segurança, agricultura, água, indústria, em qualquer domínio humano.”