terça-feira, 2 de dezembro de 2014

FREI AGOSTINHO PICCOLO


                  Homenagens a Frei Agostinho Piccolo

Na sexta-feira à noite (28/11/2014) fez a travessia para o Itaquerão da Eternidade o meu Mestre, Professor, Orientador, Confrade, Amigo, Modelo, Irmão e Santo, Frei Agostinho Salvador Piccolo, OFM. Com ele tenho uma história e muita história de vida! Cheguei ao Seminário de Agudos em 1966 com 12 anos de idade e ele estava lá, com seu inconfundível perfume Pinho de Campos de Jordão, sua paixão pela Formação e Educação, seu transparente modo de ser frade. Frei Agostinho era a natural encarnação das palavras que ele mesmo gostava de acentuar: amor-doação, amor-serviço, amor-fidelidade, amor-oração, amor-generosidade. Nos ensinou na sala de aula e fora dela. Homem de horas e horas frente ao Sacrário fazia da oração seu tempo e fazer sagrado. Nos ensinou gramática, retórica, mística, espiritualidade e estética. Nos fez vibrar pelo esporte e pelas regras de civilidade.

Torcedor fiel do Corinthians era um fiel apaixonado pela atividade física, pelo basquete e pelo futebol. Jovem de alma e coração nunca se deixou arcar pela idade. Escreveu muito sobre São Francisco, Franciscanismo e sobre a Educação. Recebi dele ainda este ano seu último livro: “São Francisco Sempre”. Sonhava morrer dentro de uma Casa de Formação e Educação. 

No último Capítulo das Esteiras convidou-me para irmos juntos visitar Dom Paulo Evaristo, que ele admirava muito. E disse: “Temos que ir ao Profeta, pois ele nos espera lá para continuar por algum caminho!” Morreu na Rodoviária de São Paulo, sua cidade natal e que ele amava muito; morreu a caminho de Bragança onde morava sonhando a Universidade São Francisco de seus sonhos. Viveu a vida toda em seminários, colégios e conventos, mas sempre no coração da Fraternidade e nos mostrando Deus através da sua transparente vida de piedade. Não faltava em nenhum encontro dos Frades e da Província. Onipresente e sempre contente. Educado, fino, leve, atento e provocador em sua presença, fala e silêncio. 

Nunca esqueceu o nome e a memória de nenhum seminarista, formandos e frades que passaram por sua vida. No seu quarto três pequenos altares: Nossa Senhora, São Francisco e um para o Timão. Nunca vi um frade usar tão bem os documentos do Vaticano II como ele usou! Sua Evangelização sempre foi para os Jovens! 

Fez da Juventude o seu ideal missionário e da Escola a sua Casa e Causa! Alimentava, cuidava e regava suas amizades com cuidado de jardineiro. Plantou em nós detalhes inesquecíveis de trazer a vida para perto, e que certamente vão florir em nós sempre, porque Frei Agostinho é uma planta que não sabe o que é fenecer, murchar, secar….ele será sempre uma primavera encarnada! Vá em paz e não esqueça de nos chamar sempre da Eternidade com seus maiúsculos e carinhosos diminutivos! Descanse na merecida Paz Eterna! Paz e Bem, meu confrade!


Vitório Mazzuco, OFM, Petrópolis